domingo, 13 de fevereiro de 2011

O que é certo?

Estava aqui pensando no que é certo e no que é errado. Os pais da gente ensinam que é errado mentir, falar palavrões, tomar o que não é seu, desejar a mulher/homem do próximo (ahh.. isso é bíblico). Ok, essas são noções básicas do bem proceder, que constroem a base dos adultos que seremos. Quando eu era criança, não se falava em ÉTICA. Então? O que é certo e o que é errado quando o assunto é ética?

Eu tenho meus princípios e acredito neles, acredito que ninguém é melhor do que ninguém (vejam bem, não estou falando de conhecimento técnico); acredito que ninguém tem o direito de tripudiar sobre o outro independentemente do nível social, cultural ou financeiro; acredito em empresas horizontais, onde o respeito ao próximo deve prevalecer; acredito em igualdade de direitos; acredito que minha liberdade termina onde começa a sua... Enfim, acredito que sou uma pessoa ética por esses e vários outros aspectos sob os quais conduzo minha vida. Mas as minhas atitudes são realmente as "certas"? O que é uma verdade para mim, o que é ético para mim, é ético para o outro? A minha verdade não é necessariamente a verdade do meu oponente, a maneira como ele enxerga o que faz pode ser considerado ético por ele e ele dorme bem com isso. Sendo assim, o que é ética então? A ética permite que as pessoas se comportem como cretinas e façam você parecer um cretino também? Permite que as pessoas o atropelem com suas mentiras e ainda por cima o façam passar por mentiroso, ou ruim, ou relapso, ou ...? Que ética é essa?

Não acredito nessa ética de botequim, acredito no que meus pais me ensinaram e no que me permite deitar a cabeça no travesseiro à noite e planejar o amanhã. Ok, o sol nasceu para todos, mas só brilha para aqueles que fazem acontecer!!

Márcia Mallmann - em 13/02/2011

sábado, 1 de maio de 2010

Tudo que eu queria...

Era acreditar que a vida é bela;

Que conseguimos tudo que queremos, basta querer de verdade;

Que o amor existe e pode ser eterno e retribuído na mesma intensidade pela pessoa que amamos...

Que depois da tempestade vem a bonança...

Que somos como as flores: lindas, perfumadas e nobres... sempre;

Que podemos esquecer um amor mesmo que ele nos tenha ferido muito...

Que um dia outro virá, para substituí-lo...

Que sempre há algo melhor por vir...

Que não há nada mais perfeito do que um dia após o outro, e uma noite no meio...

Que sonhos foram feitos para serem vividos e não somente sonhados...

Que tudo passa..

E que podemos sonhar sim, até o fim...

Márcia Mallmann – 01/05/2010

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Auto-Estima



Vários são os motivos que fazem duas pessoas se aproximarem, algumas se aproximam por interesse financeiro, outras se aproximam por interesse sexual, outras por interesse afetivo, outras ainda sem interesse nenhum. A aproximação acontece por interesses diversos em relações diversas, amizade, amor, trabalho... Mas o que define essa aproximação antes do interesse? O que causa esse tal interesse seja ele bom ou ruim?
No momento tenho uma teoria somente para os homens, não sei ainda se ela se aplica às mulheres também e isso merece um estudo de campo, com certeza. Tenho provas contundentes que o que define a aproximação de um homem a uma mulher é a auto-estima. Vocês podem estar perguntando de onde tirei essa teoria e porque diabos estou falando sobre isso. Bem, a razão é sempre a mesma, as experiências pelas quais eu passo e as pessoas que conheço. Eu acredito que a auto-estima define a mulher que será o alvo de conquista de um homem. Explico. Imagine o cara mais lindo da cidade, e ele sabe que é, carrão, bem-sucedido, o sorriso mais encantador do universo, uma bela conta bancária e todas as mulheres do mundo a seus pés. Bem, é claro que este belo exemplar do sexo masculino está com sua auto-estima lá em cima e, é claro também, que ele vai escolher uma mulher a sua altura. A mulher mais encantadora, a mais dedicada, a mais bem-sucedida, a mais-mais.
Agora imagine que este mesmo rapazola não seja tão bem-sucedido assim, mas esteja em vias de, esteja se dedicando para realizar todos os sonhos de consumo. Bem, ele é bonitão e tem isso a seu favor, mas anda de carro mi e a conta bancária está sempre no vermelho, isso se ele não estiver no SPC e SERASA também. Ele também tem uma auto-estima em alta e vai tentar conquistar a mesma mulher-maravilha da situação anterior. Talvez ele não consiga se sair tão bem na sua conquista, mas não vai desistir e se não conseguir a número um no páreo, vai chegar bem pertinho e traçar a segunda colocada. Ele vai conquistar alguém que represente a realização de seus sonhos, o atingimento de suas metas, de preferência alguém que considere “melhor” do que ele próprio, alguém que já esteja a caminho do que ele quer.
E agora imagine o pobre andando de ônibus porque não tem dinheiro para a gasolina, nem tem conta bancária porque não ganha o suficiente para isso, usando roupas made in china e óculos do camelô da esquina, cópias originais. Esse definitivamente vai buscar a mulher que “seja” menos do que ele, que não esteja feliz, que não se sinta bonita, que não goste de si mesma, que tenha um emprego medíocre. Por quê? Porque ter uma mulher dessas significa ser importante para alguém, cuidar de alguém que “precisa” de cuidados (quem disse que as bem-sucedidas não precisam também?) e com isso ir aos poucos elevando sua auto-estima.
Agora imagine que o bonitão cheio da grana e o pobretão do último parágrafo fossem a mesma pessoa em momentos diferentes da vida, ele vai acabar buscando a pessoa que seja o retrato fiel de sua auto-estima naquele momento e a bem-sucedida mulher-maravilha fica a ver navios. Que triste isso, é aquela velha história, um passo para trás para dar dois à frente, será que funciona? Vamos ver as cenas dos próximos capítulos.


Márcia Mallmann 22/04/2010

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Amo muito tudo isso




Semana passada, no Mc Donald's, vi essa frase escrita na camisa de um menino e fiquei pensando nela. Fico pensando o que é tudo isso que eu amo. Aí me dei conta de como amo muitas coisas.

Eu amo dia de sol e de chuva também. Adoro neblina fechada cobrindo as montanhas. Amo os plátanos quando estão bem verdinhos e quando estão amarelos e cobrindo o chão também. Amo filme com pipoca. Amo ficar abraçada em silêncio. Amo escutar música antiga e recente também. Amo ficar na cama até às 10 e levantar cedo também. Amo sol batendo na cama e um cobertor bem grosso por cima. Amo ler em dia de chuva e de sol também. Amo deitar na rede. Amo conversa e silêncio. Amo dançar de rosto colado. Amo conhecer pessoas novas e antigas. Amo chimarrão. Amo banho quente e gelado. Amo perfume e presentes. Amo ver o sorriso no rosto das pessoas e lágrimas também, sentimentos. Amo as flores nos jardins. Amo sonhar que estou voando. Amo inverno, primavera, verão e outono. Amo esperar alguém chegando e vê-lo entrar pela porta. Amo saber um monte de coisas e ignorar tantas outras. Amo fazer um programa intelectual e um de índio também. Amo dar gargalhada. Amo sofrer por amor. Amo fechar os olhos e viajar um pouco. Amo correr com criança na grama. Amo ouvir o barulho do mar e sentir seu cheiro também. Amo chegar em casa e ter tudo limpinho e organizado. Amo construir, seja o que for: amizades, conhecimento, idéias, histórias... Amo muito amar e ser amada. Amo abraçar, beijar, ser abraçada e beijada. Amo dizer que amo e ouvir também. Amo chegar em casa. Amo festa de família e de amigos também. Amo ouvir o sabiá na primavera. Amo bater papo. Amo não fazer nada. Amo não precisar pensar. Amo chocolate com café. Amo filosofar. Amo filmes bem difíceis e bem fúteis também. Amo ser e estar. Amo criar e copiar. Amo fazer. Amo muito tudo isso. Amo viver.

Amo amar e isso a gente precisa dizer, precisamos que as pessoas saibam que as amamos e que elas são importantes pra gente. A felicidade não está em outro lugar, está no amor, amar as pequenas coisas nos deixa felizes e dar-se conta de que as amamos e as percebemos é a chave da nossa eterna busca. Pra que esperar para sermos felizes se basta amarmos tudo que nos rodeia? "As pessoas são responsáveis e inocentes em relação ao que acontece com elas, sendo autoras de boa parte de suas escolhas e omissões" (Lya Luft).

Márcia Mallmann – 16/06/2004

terça-feira, 13 de abril de 2010

amor não tem idade


“Amor não tem idade”... todos dizem, porém nunca tinha entendido como é isso. Assim como nunca tinha entendido muito bem a frase “a vida continua” até o dia em que perdi minha mãezinha. Amor não tem idade mesmo, o mesmo sofrimento que se tem aos 15 anos, pela perda de um amor, eu tive aos 20, aos 30 e agora aos 40. O que mais perturba é o fato de o nosso manual de instruções não nos dar as dicas de como proceder no começo, meio e final do amor, está incompleto. Além disso, não tem também um chip que dê para tirar e parar de pensar.


Pensar. Acabo de descobrir que o que normalmente é motivo de orgulho para as mulheres, ao término de um relacionamento passa a ser nosso maior defeito. Pensamos o tempo todo. Pensamos porque ele não liga, pensamos porque ele liga. Pensamos porque ele sorriu quando você falou algo legal, pensamos porque ele ficou sério quando você disse que ainda o ama. Pensamos o porquê de ele não responder aquele e-mail e o porquê de ele responder. Pensamos o que ele quis dizer com “estou confuso” e o que quis dizer com “preciso de um tempo”. Pensamos que faz um dia que não ligamos, pensamos que faz 2 dias, três dias, quatro dias... Pensamos, pensamos e pensamos.


E quem disse que pensar não cansa, não esgota, não acaba com a gente? E eles? Ahhh... não pensam, não mesmo. Não estão nem aí para o nosso sofrimento. Insensíveis? Não chegaria a tanto. Eu diria diferentes, são somente muito diferentes de nós e mesmo assim os queremos ao nosso lado pelo simples fato de que se é ruim com eles, muito pior sem e a gente continua tentando já que o amor não tem idade mesmo.

Márcia.

sexta-feira, 2 de abril de 2010


“Life’s battles don’t always go
To the stronger or faster man,
But soon or late the man who wins
Is the man WHO THINKS HE CAN!”

quarta-feira, 31 de março de 2010

As crianças e Nós

Essa eu escrevi para ti, Rafa!

Deve ser porque sou professora que gosto tanto de falar sobre o processo de aprendizagem. Ok, sou professora de inglês e os meus textos raramente vão tratar do aprendizado da língua inglesa. Mas é pensando na minha profissão e na maneira como vejo crianças e adultos aprenderem a língua é que acabo fazendo algumas comparações.
Vamos começar pela criança e sua capacidade de adaptação à nova língua, a criança não tem medo de errar, não tem medo de se expor, não tem medo de encarar uma nova situação. A criança se coloca no papel de aprendiz muito mais facilmente que o adulto, afinal ela sabe, mesmo que inconscientemente, que para se tornar adulta precisa aprender coisas de criança e depois passar a aprender coisas de adulto.
E os adultos... ahhh, os adultos. Bem, esses tem medo de quase tudo, a começar por entrar em uma escola de idiomas para fazer sua matrícula e lá vem todas aquelas desculpas: eu já estou muito velho, eu não aprendo mais, mas e se eu errar?, mas meus colegas vão saber mais do que eu. E por aí os adultos desfiam um rosário de lamentações para justificar sua incapacidade de lidar com o que é novo, de lidar com o erro, de lidar com o social e com as diferenças que não são nada além de naturais entre os seres humanos.
O interessante de tudo isso é que o processo de aprendizagem dentro de sala de aula é simplesmente igualzinho as nossas vidas fora dela. Temos que enfrentar dificuldades, perdas, diferenças, errar e acertar, temos que ouvir e falar, nos expor, correr riscos. Novamente aí as crianças estão em grande vantagem sobre nós. Elas não tem medo de amar e de se decepcionar, até porque raramente sabem o que é uma decepção, elas se arriscam em terrenos desconhecidos e não temem dar uma passo atrás se necessário, elas amam mesmo sem ganhar nada em troca, elas são capazes de dizer o que pensam sem medo de ferir, mesmo em sua ingenuidade elas são capazes de observar o mundo a sua volta e quando este não se apresenta do jeito que gostam, elas simplesmente trocam de brinquedo.
Não é fantástico isso? Será que não seria interessante se fizéssemos o caminho contrário e tentássemos ser alunos de nossas crianças? Certamente sofreríamos menos, nos divertiríamos mais, riríamos mais, brincaríamos mais... poderíamos sentar no chão sem medo, beijar sem pudor, amar sem temer, falar, pular, dançar, APRENDER sem sofrer. Perfeito, não?
(Dois Irmãos, 29 de março de 2010)